Dia da Saúde Mental: um Direito, não um Privilégio
Os anos passam, as palavras ficam, mas quase tudo continua a faltar quando se trata da Saúde Mental dos portugueses.
Em janeiro 2015, no meu blog pessoal, publiquei umas palavras sobre esta matéria [a minha opinião conta: como se 'vive' a saude mental em Portugal], in João Bárbara.
Neste artigo de 2015 tinha acabado de ser publicado o Relatório PORTUGAL - SAUDE MENTAL EM NUMEROS 2014, que infelizmente se verifica pouco ou nada ter mudado até 2021.
A escassez de profissionais de saúde dedicados, de equipas no terreno, equipas comunitárias que podiam e deviam de estar próximas dos doentes e das suas famílias.
Também a escassez, ou mesmo inexistência, de vagas para internamento com esta valência, o que nos coloca a par de países que não interessa ser associado.
Uma das áreas mais problemáticas está relacionada com a saúde mental de crianças e adolescentes, particularmente a nível do internamento, onde as camas do setor público são manifestamente insuficientes.
O que fazer com estas crianças e jovens?
Em 2015, o relatório salientava o facto de se continuar a aguardar a implementação do último pilar do Plano Nacional para o setor - os Cuidados Continuados de Saúde Mental, tanto na vertente dos adultos como principalmente na das crianças e adolescentes.
Hoje é o Dia Mundial da Saúde Mental, e por isso mesmo se exige que a Saúde Mental seja vista como um direito, e não como um privilégio.
Percebe-se hoje que quase um quarto da população portuguesa sofre de alguma perturbação psiquiátrica (22,9%), segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.
As perturbações mentais tiram mais anos de vida do que o próprio cancro, sendo somente suplantadas pelas doenças do foro cérebro-vascular. As perturbações mentais e do comportamento representam, em Portugal, 11,8% da carga global das doenças, um número superior à das doenças oncológicas.
São dados importantes e que merecem todo o nosso empenho e análise. Pensemos nisto em conjunto.
Créditos da imagem: zenklub.com.br
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